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terça-feira, 12 de novembro de 2013

Hinduísmo e evolucionismo.

Rama-Tchandra e Hanumam (a sexta encarnação de Vishnu e o macaco-deus)

Já falamos aqui sobre a teoria da evolução. Segundo Charles Darwin e a maioria dos cientistas, a diversidade da vida na terra pode ser explicada pela sucessivas mutações e seleções naturais que ocorreram desde os organismos mais simples até os mais complexos. A história evolutiva da vida, segundo estes cientistas, teria se iniciado na água para, a partir dos anfíbios, dominarem a terra. A prova desta teoria está, como já coloquei antes, na própria embriologia humana, pois ela se dá toda imersa em água. Muitos médicos inclusive indicam que as mulheres realizem o parto dentro de uma banheira, além disso, é conhecido o fato de que muitos bebês recém-nascidos conseguem nadar, sem falar que o nosso embrião é muito parecido com o de um peixe, nos primeiros meses de vida. Outra prova dessa ascendência é a existência de certas espécies de peixes com patas.

Já falamos aqui também, do quanto que estas teorias dividem cientistas e religiosos. Isso ocorre, principalmente entre os adeptos da tradição judaico-cristã, por que segundo o livro da gênesis o mundo foi feito em seis dias, a pouco mais de seis mil anos, quando todos os seres vivos existentes foram criados por Deus e nomeados por Adão. A ideia de que um organismo pudesse evoluir do outro não está contemplado nessa tradição e é ate hoje questionada pelos religiosos (até mesmo por que a própria evolução não está totalmente comprovada). Da mesma forma, o surgimento do ser humano a partir de organismos inferiores também feriria os princípios dessa tradição, afinal, o homem teria sido feito à imagem e semelhança de Deus a partir do barro da terra e a mulher a partir da costela de Adão.

Essa concepção não é muito problemática, entretanto, para uma outra tradição religiosa ainda mais antiga que o judaismo-cristianismo, o hinduísmo. Segundo uma lenda do hinduismo, Matsyendra era um peixe que, ao ver os ensinamentos de yoga do deus Shiva para a sua consorte Parvati, ficou tão admirado que saltou da água tentando imitá-los. Shiva ficou tão impressionado com o comportamento do peixe que decidiu por transformá-lo em ser humano (uma forma mais próxima dos deuses) para que ele pudesse realizar os movimentos. Até hoje, existe uma determinada posição no yoga chamado de Matsyendra. Dá para perceber que não existe conflito nenhum entre esta lenda e as teorias evolucionistas mais aceitas, afinal aqui estaria a referência ao surgimento e a evolução da vida humana a partir da água.

Mas as correspondências não param por aí. A tradição hinduísta ainda fala sobre as 10 encarnações ou avatares do deus Vishnu. O primeiro deles teria sido em um peixe, o segundo em um cágado, o terceiro em um javali, o quarto em um homem-leão, o quinto em um anão, o sexto como um homem imperfeito fisicamente e o sétimo como um homem perfeito cujo melhor amigo seria uma macaco-deus (o oitavo seria como Hare Krishna e o nono e décimo são controversos). Essa escala de reencarnações não poderia ser mais condizente com a teoria evolucionista afinal, teríamos aí tanto o ser primordial dentro da água (o peixe), como os anfíbios (tartaruga), até a forma humana mais perfeita com um macaco como amigo (ou "primo" segundo Darwin). Acho que até hoje não há cientistas melhores do que os deuses hindus no passado.   

PS: Existem várias versões da lenda de Matsyendra, em uma delas, por exemplo, Matsyendra teria sido um pescador que fora engolido por um grande peixe, assim como a história de Jonas e a baleia.
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