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terça-feira, 6 de agosto de 2013

O IV Manifesto Rosacruz.

Christian Rosenkreuz
O Rosacrucianismo é um conjunto de ensinamentos misticos e filosófico que, segundo as tradições lendárias, teriam se originado no Egito Antigo durante o reinado do faraó Amenothep IV, mais tarde, Akhenaton, que teria sido o primeiro Rosacruz. Entretanto, os primeiros registros históricos de uma suposta Ordem Rosacruz foram três manifestos apócrifos intitulados respectivamente de: Fama Fraternitatis Rosae Crucis, em 1614, Confessio Fraternitatis, em 1615, e Núpcias Químicas de Christian Rosenkreuz, em 1616. Estes três manifestos tratavam de questões, políticas, filosóficas e espirituais que sacudiam a época, bem como apresentavam Christian Rosenkrez, monge alemão, como fundador da Ordem. 

Mais tarde, nos séculos XVII e XVIII, em razão de diversas perseguições, o movimento Rosacruz funcionava dentro dos limites da Maçonaria. Até hoje, o 18º Grau do Rito Escoçês da Maçonaria é dedicado à Rosacruz. Em 1915, Harvey Spencer Lewis, fundou a AMORC, Antiga e Mística Ordem Rosacruz, que, juntamente com algumas outras organizações, se dizem herdeiros das tradições rosacruzes. Finalmente, em 14 de Dezembro de 2001, a AMORC publica o IV Manifesto Rosacruz, após quase 400 anos da publicação do último, divulgando a posição da instituição, acerca dos principais temas que afligem a humanidade. Abaixo, segue um resumo do Manifesto. Quem quiser lê-lo na íntegra clique aqui.

Deus e o ser humano: Deus é a inteligência criadora do universo e o ser humano é o ser mais evoluído do planeta que tem uma alma de origem divina. Todo ser humano é uma célula de um organismo maior, a humanidade.

Política: O "marxismo-leninismo" e o "nacional-socialismo" levaram a uma regressão da razão à barbárie, já devidamente superados pela história. A democracia, melhor modelo político atual, está se corrompendo em facções formadas por uma maioria e uma oposição. Cada nação deveria favorecer a um governo que reunisse todas as tendências e personalidades aptas a gerir os negócios do Estado. Deveria existir um governo mundial, representativo de todas as nações, do qual a ONU é um embrião.

Economia: Os mecanismo atuais da economia são excessivamente materialistas e favorece o enriquecimento excessivo colocando o ser humano a serviço da economia e não a economia a serviço do ser humano. A economia está cada vez mais normativa e totalitária e a distância entre ricos e pobres aumenta cada vez mais. Isso porque ela ficou especulativa demais favorecendo mais a interesses virtuais do que reais.

Ciência: Muito embora a ciência tenha contribuído com o desenvolvimento tecnológico da humanidade, ela se encontra demasiado cética e materialista, preocupando-se mais com o como do que o porquê, e colocando-se excessivamente à serviço das finanças. 

Tecnologia: O atual desenvolvimento tecnológico tem auxiliado a humanidade não somente nas suas tarefas físicas como também intelectuais. Entretanto, o exagero em sua utilização tem desumanizado a sociedade ao reduzir o contato humano e estimulando a poluição do meio ambiente.

Religião: A sobrevivência das grandes religiões reveladas depende da sua capacidade em renunciar à suas crenças e dogmas mais radicais, isto por que o individuo não mais aceita continuar na periferia de um sistema de crenças, ele quer se colocar no centro de um sistema baseado na sua própria experiência. O desejo de conhecer as leis naturais e espirituais irá suplantar a necessidade de crer em Deus. A Crença, então, dará lugar ao Conhecimento.

Moral: Ela não designa obediência cega a regras sociais, religiosas, políticas ou outras. Esta concepção é o que levou à sua atual rejeição. A Moral designa respeito a si mesmo e ao meio ambiente, segundo nossa própria consciência, aos outros, não fazendo à eles o que não gostaríamos que eles nos fizessem. A maioria dos pais, atualmente, não está preparada para transmitir os principais valores para a sociedade designando esta responsabilidade indevidamente para as escolas.

Arte: Elas estão divididas em duas, uma arte popular, excessivamente concreta, e uma arte elitista, excessivamente abstrata, cuja compreensão só é acessível à aqueles que se dizem iniciados. Entretanto, ambas se tocam na medida em que servem aos impulsos do ego. Para cumprir com a sua função estética, a arte deve expressar a harmonia cósmica.

Relação do Ser Humano com o Ser Humano: Está cada vez mais individualista e interesseira, com eventuais focos de solidariedade e altruísmo, especialmente em momentos de grandes catástrofes. A causa disso está no excesso de informações e de tecnologias que favorecem a individualidade como internet, celular, rádio, televisão e etc. A individualidade como um direito de viver de maneira autônoma e sustentável não é condenável, desde que ele não passe para a negação do outro.

Relação do Ser Humano com a Natureza: Esta relação nunca foi pior do que antes. O homem está poluindo excessivamente o meio ambiente, utilizando de maneira não-sustentável diversos recursos não-renováveis. A água doce tende a ser cada vez mais escassa na humanidade. A poluição do ar é um problema cada vez mais presente na humanidade e a relação com os animais deveria ser baseada no seu respeito, considerando-se condenável a forma como são criados, abatidos e utilizados em pesquisas científicas.

Relação do Ser Humano com o Universo: O ser humano deve ao universo a sua existência, o universo, por sua vez, deve ao ser humano, a capacidade de aprendê-lo a contemplá-lo. O universo não é fruto do acaso, ele teve uma intenção e a missão do ser humano é estudá-la. Não estamos sozinhos no universo e, dentre as diversas formas de vida que existem algumas podem ser mais evoluídas, outras menos mas todas fazem parte do mesmo plano divino. A abertura ufológica (contatos com extraterrestres) deverá ocorrer um dia e, quando ocorrer, a nossa história se fundirá definitivamente com a do universo, entretanto, os rosacruzes não fazem isso objeto de sua expectativa.

Conclusão
A leitura do Manifesto, na minha opinião, mais do que uma oportunidade de conhecer os posicionamentos da Ordem, é uma oportunidade de refletirmos sobre os nossos próprios posicionamentos e valores. Ninguém precisa concordar com tudo o que está ali, porém, numa época conturbada como a que vivemos, onde muitas mudanças ocorrem num espaço menor que uma geração, é essencial sairmos da letargia e dos estado adormecido a que somos imbuídos e este Manifesto é uma ótima ferramenta para isto.
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