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terça-feira, 30 de julho de 2013

Quem é o homem por trás da cortina?


O poderoso mágico de oz não passava de um holograma fajuto.

Alguns livros e programas infantis são conhecidos por terem mensagens não tão infantis assim. Um deles é o Mágico de Oz. Um filme lançado em 1939 (com uma continuação lançada recentemente) baseado no livro homônimo de Frank Baum (membro da Sociedade Teosófica). Apesar dos inúmeros simbolismos e referências a rituais ocultistas, nesta postagem vou me ater às concepções espiritualistas e teístas existentes no filme.

Sinopse da história.
Basicamente, o mágico de oz conta a história de Dorothy, uma camponesa que ao ser pega por um tornado acaba sendo transportada para "Oz", um espécie de país das maravilhas. Ao chegar nesta terra, ela encontra uma fada que explica que, para voltar para sua casa, Dorothy deveria procurar o poderoso mágico de oz, único capaz de fazer isso. então Dorothy sai em busca deste mágico por um caminho indicado pela fada. Durante o caminho, Dorothy encontra três outros personagens que vão ajudá-la a chegar até o mágico: um espantalho sem cérebro, um homem de lata sem coração, e um leão sem coragem. Cada um deles, também segue o caminho até o mágico justamente para ganharem um cérebro, um coração e uma coragem, respectivamente.

Não existe almoço grátis.
Finalmente, quando os quatro personagens chegam ao palácio do mágico de oz, uma série de empregados avisam que ninguém pode ver o poderoso mágico. Depois de muita insistência, os personagens entram na sala secreta onde se encontraria o mágico e se deparam com um grande holograma com uma figura assustadora. A figura ameaça os personagens e diz que apenas daria o que eles queriam, caso eles fizessem por merecer: eles tinham que pegar a vassoura de uma bruxa má em outra cidade.Os personagens saem do castelo do mágico e vão até a bruxa, a matam e pegam sua vassoura.

A descoberta.
Entretanto, ao entregarem a vassoura ao mágico, as crianças são enganadas mais uma vez: o holograma diz que eles deveriam voltar no dia seguinte para conseguirem o que queriam. Desta vez, imbuída de coragem, Dorothy questiona o holograma e diz que se realmente ele fosse poderoso cumpriria sua promessa e a levaria para casa naquele momento. No mesmo instante, o cachorro de Dorothy, que a acompanhava nesta aventura, percebe um movimento atrás de uma cortina e ao puxá-la revela o segredo do mágico de oz: ele era apenas um velho mágico que assustava a todos com seus truques fajutos para dominá-los.

Entre Ser e Acreditar.
Sem esperanças, as crianças questionam ao velho homem se ainda poderiam ter o que cada um queria. O mágico então explica que cada um já tinha aquilo dentro de si mesmo, e bastavam apenas acreditarem. O mágico então dá ao espantalho um diploma e explica que ele já era inteligente, se não fosse, não teria chegado até lá, bastava que ele mesmo acreditasse e convencesse as outras pessoas e aquele diploma iria ajudá-lo. Em seguida, ele entrega um coração ao homem de lata e explica que ele já era uma pessoa bondosa afinal, se não fosse não teria se arriscado para salvar os amigos durante a aventura. E, por fim, entrega uma medalha ao leão e, da mesma forma explica que só um leão corajoso poderia passar por todas aquelas provas. Para Dorothy, o mágico explica que apenas com a força do seu pensamento ela poderia retornar para sua casa. Então Dorothy fecha os olhos e mentaliza e, quando abre, ela aparece deitada em quarta como se estivesse acordando de um sonho. Mas o que isso tudo tem a ver com espiritualidade?

Moral da história.
Bem, para quem não percebeu, o holograma criado pelo mágico de oz representa Deus (pelo menos o monoteísta) e o próprio mágico representam os sacerdotes que querem falar em nome de Deus, apenas para dominar a população através de seus próprios medos. A medalha, o coração, e os diplomas dados aos três personagens representam os títulos que apenas aparentemente conferem àquelas pessoas o poder na sociedade, sem necessariamente mudá-los internamente. O valor de tais títulos está simplesmente na crença atribuída por aqueles que não o detém. O espantalho, o homem de lata e o leão passam a representar, respectivamente, as instituições acadêmicas, religiosas e militares. Durante toda a história, fica claro que a salvação dos personagens não está neste ou naquele Deus religioso que não passa de um truque fajuto, mas nos seus próprios esforços para atingir os seus próprios objetivos. Qualquer semelhança entre estes personagens e as instituições do mundo real não é mera coincidência.

PS: quem quiser uma análise mais detalhada sobre os signifcados simbólicos e teosóficos do filme, sugiro que leia no blog cinegnose (link aqui).
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