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terça-feira, 24 de setembro de 2013

A escola de Copenhagen. Ou: Einstein X Heisenberg.





Como eu já tinha dito aqui em uma postagem anterior, as contribuições de Einstein para a ciência, fizeram dele um arquétipo de cientista e um sinônimo de inteligência. Entretanto, Einstein está longe de ter sido um cientista perfeito e isento de falhas, ou de estar certo mesmo quando pensava estar errado (como dizem agora com a descoberta da matéria escura e a possibilidade de existir uma constante cósmica universal). Um dos seus erros foi cometido em um debate travado com outro cientista alemão, Werner Heisenberg. A divergência entre os dois cientistas estava no chamado princípio da incerteza. 

O princípio da incerteza.
Saber exatamente a estrutura das partículas subatômicas sempre foi um dos maiores objetivos da ciência. Entretanto, para Heisenberg era impossível saber exatamente o que acontecia dentro desses átomos simplesmente porque qualquer forma de observação sempre influenciaria a estrutura do objeto estudado. Por exemplo, não teria como saber onde se encontra um elétron exatamente porque ao emitirmos partículas de luz para tentar observá-los, essas partículas interferem no estado do elétron e, portanto, faz com que ele já não esteja mais onde era observado. Mesmo se tentarmos observá-los indiretamente sem utilizar a luz (como faz atualmente os aceleradores de partículas) ainda assim, outros fatores (conhecidos ou não) interferem no objeto a ser estudado. Para entenderem melhor essas dificuldades, sugiro que vejam o video abaixo.



Na minha opinião, este problema se dá porque, como sabemos, não existe matéria, e sim, energia condensada. Assim, energia não é uma entidade física e, portanto, ela não tem localização e temporariedade. Não dá pra saber onde está a energia, ela está ou não está, ela existe ou não existe. Além disso, acredito que também não existam átomos (ou seja, unidades indivisíveis) de tempo e espaço. Dessa forma, não podemos dizer exatamente quando e onde uma coisa estava. Por fim, a própria matemática é incerta para resolver todos problemas que lhes são dados. Se não fosse, não existiriam os números irracionais. (ver postagem sobre o segredo de Pitágoras. link aqui).

A escola de Copenhage.
O princípio da incerteza de Heisenberg deu origem à chamada Escola de Copenhage que postulava, dentre outras coisas, que todos os resultados das experimentações científicas deveriam ser expressados a nível de probabilidade e não em números absolutos. Esse postulado levou os físicos que estudam a mecânica quântica a abandonar muitos dos experimentos físicos e a dedicar a maior parte das pesquisas nesta área à formulação de modelos e dedução de modelos matemáticos. Isso foi o que levou à esta série de teorias científicas que aparentemente estariam completamente fora do mundo real, como universos paralelos, múltiplas dimensões, partículas que surgem do nada e desaparecem frequentemente e etc.

Um novo paradigma será preciso?
O problema começa quando lembramos do fato de que a física sempre foi considerada como a mãe de todas as ciências se não como a única ciência existente. Chegou-se até a se dizer, no século XIX, que tudo o que havia para ser descoberto estava prestes a ser descoberto. O próprio Einstein nutria desta esperança (muito embora tenha contribuido para derrubar alguns dogmas da física com a sua teoria da relatividade) e faleceu tentando encontrar uma teoria que que explicaria todos os fenômenos do universo, a teoria unificadora, a teoria "do tudo". Foi dele a célebre frase: "Deus não joga dados no universo". Infelizmente, para sua decepção, até agora esta teoria ainda não foi encontrada (a teoria das cordas é a maior candidata) e Deus, então, continua jogando os seus dados.
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