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terça-feira, 4 de junho de 2013

O que é o Tempo? Ou: Deus, Big Bang e Regresso ao Infinito.

'A persistência da memória' de Salvador Dalí: uma boa representação sobre a relatividade do Tempo.
Numa das primeiras postagens que fiz, questionei sobre a onipotência de Deus. Se Deus é onipotente, então por que ele não acaba de vez com todas as injustiças sociais e sofrimento? (link aqui) Respondi mais tarde que nós seres humanos temos natureza divina e, com a opção pelo livre-arbítrio, aceitamos sofrer todas as vicissitudes que estaríamos sujeitos com essa liberdade. Esta é a lei do Carma. Se podemos escolher entre o bem e o mal, então devemos responder por estas escolhas. (link aqui). Mas ainda assim, existem algumas considerações sobre o Tempo e o Universo, as quais devemos realizar.

O Big Bang.
Acredito que tudo no Universo nada mais é do que um complexo emaranhado de eventos regidos pela lei de causa e consequência. E isto está explicado fisicamente com a teoria do big bang. O universo não é eterno, ele teve um princípio e provavelmente terá um fim. Quando esta teoria foi proposta, para explicar a expansão do universo, Georges Lemâitre, padre católico e astrônomo, tentou ridicularizá-la provavelmente por achar que um universo não eterno está desassociado com uma ideia de Deus. Ledo engano, afinal, o big bang só viria a comprovar que o universo fora sim "criado", e a própria Igreja Católica reconhece isso hoje. Mas o que, ou quem criou o Universo? O que está fazendo o universo se expandir? A expansão do universo é resultado dessa cadeia de causa e consequência de que estamos falando e o big bang se deve a uma causa primária (ou o Deus do Espiritismo). Entretanto, isso não acaba com o debate sobre Deus, afinal, se reconhecemos que ele deu origem ao universo, o que teria dado origem a ele? O que existia antes do big bang? Isso é o que vamos falar no próximo tópico.

O Tempo.
Para responder à pergunta sobre o que existia antes do big bang, é necessário sabermos o que é o tempo, afinal, é ele que nos dá a noção de antes e depois. A física ainda não consegue definir o tempo, então, buscando uma definição cabalística, o Tempo nada mais é do que a distância entre causa e consequência, ou seja, ele não existe se não existir ação e reação. Seguindo essa definição, fica fácil entender por que alguns dos principais Deuses da antiguidade, como Kronos na Grécia antiga ou Khonsu no Egito, estavam relacionados com o tempo. É fácil entender também, por que no antigo testamento Deus está sendo referido como o Alfa e o ômega, ou seja, o princípio e o fim (clara referência à noção de tempo). 

Einstein descobriu que o tempo é relativo, ou seja, ele não é linear e absoluto como temos noção no dia-a-dia, ele depende da velocidade do observador. Quanto mais rápido um observador se move, mais devagar o tempo passa e quanto mais devagar o observador se move, mais rápido o tempo passa. Se entendemos o tempo apenas como a distância entre a causa e a consequência fica fácil entender o por quê de isso ocorrer. Na verdade, mover-se mais rapidamente ou não, pode até alterar a distância espacial entre os acontecimentos, mas não pode alterar a distância entre a causa e a consequência e, por isso, o tempo de dilata ou se contrai como se estivesse compensando esses acontecimentos. Ele funciona como uma barreira para não burlarmos essa lei.

A luz.
Entretanto, essa ideia de que o Tempo é uma barreira que não pode ser ultrapassada não funciona para um dos elementos mais importantes do universo, a luz. A velocidade em que a luz viaja é a maior velocidade em que poderíamos chegar no universo. Se pudéssemos alcançá-la, poderíamos congelar o tempo. se pudéssemos ultrapassá-la, poderíamos retornar no tempo. Se fôssemos uma partícula de luz, um observador nos veria dando várias voltas na Terra em apenas um segundo, entretanto, para nós essa viagem não duraria nem mesmo um segundo, afinal, o tempo estaria congelado. Não podemos nem alcançar e, portanto, nem ultrapassar a velocidade da luz por que, enquanto matéria, a nossa velocidade tem inércia, assim, precisaríamos de infinitas quantidades de energia, para poder ultrapassar essa velocidade. Mas destaca-se: isso não é possível enquanto matéria! A luz viaja à esta velocidade por que a partícula de luz, o fóton, não  é matéria. Da mesma forma, o nosso espírito, em sua forma mais pura, espíritos de luz, também não tem matéria. 

Antes do Big Bang.
Com base neste raciocínio, podemos também responder o que teria ocorrido "antes" do big bang. Na verdade, antes da causa primária originar a cadeia de acontecimentos que resultou na expansão do universo acontecer, os físicos dizem que todo o universo estava concentrado em um ponto de equilíbrio onde as leis da física não tinham validade. Neste ponto de equilíbrio não havia acontecimentos ou todos os acontecimentos estavam presentes ao mesmo tempo. Não havia, na verdade, nem passado nem futuro, apenas o presente, o agora. O tempo não havia sido criado. Dessa forma, não há o que responder sobre o que havia antes dessa singularidade pois o "antes" não existia e, portanto, essa pergunta não teria lógica. Este seria uma resposta a um grande problema da filosofia, o problema do regresso ao infinito: o que havia antes disso? E, antes? E, antes?... 

PS: todo esse raciocínio é baseado nas teses científicas mais aceitas. Existem alguns cientistas que dizem que o big bang não foi o início de tudo, outros ainda dizem que o big bang sequer existiu e o universo nem está em  expansão, enfim, vai saber...
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